quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Ainda sem nome (Capítulo 1) - Rascunhos

O vôo TP743 aterrara por fim no aeroporto da Portela por volta das vinte e uma horas e trinta minutos de um qualquer dia de inverno. X cerra definitivamente o livro que segurava com a mão direita desentalando o dedo indicador de entre as suas folhas, não sem antes marcar a página onde previamente suspendera a sua leitura. Troca um olhar cúmplice de missão cumprida com o senhor africano que se sentara junto a ele durante algumas horas. "Pés assentes na terra novamente", pensou. Os dois miúdos que viajavam sozinhos para lugar ainda desconhecido por X também o olharam e sorriram. X apresentava este aspecto tranquilizador e confiante ainda que pudesse passar perfeitamente despercebido para o resto da tripulação. Sentia-se agora um cidadão do mundo civilizado, especialmente após ser forçado a viajar sozinho três ou quatro vezes por motivos profissionais. Aprendeu que qualquer fosse o chão que pisasse, conseguiria sobreviver de alguma forma desde que lhe proporcionasse o mínimo de estabilidade. Para andar. E explorar. E pensar.
À sua espera estariam, como sempre, Y e Z, com os quais partilharia 4 beijos nas faces seguidos de dois abraços fugazes. X incomodava-se com demonstrações oferecidas de sentimentos e tão pouco gostava de mostrar fragilidade. Arrumadas as malas de viagem na bagageira, seguiriam para casa onde jantariam e X poderia descansar novamente na sua cama debaixo de lençois de cheiro conhecido. Entretanto, encontrar-se-ia com alguns amigos para pôr a conversa em dia embora não houvesse muito para contar dada a curta ausência. Seria, no entanto, um pretexto para se encontrar de novo, para se localizar.
Não deixava de observar o quão impessoais os aeroportos lhe pareciam, necessitando os seus transeuntes de carregar consigo um documento identificativo a todo o momento, caso se esquecessem porventura de quem eram, de onde vinham ou para onde iam. Isto seria inconcebível para X pois X não perdia nunca o norte e sempre soube quem era. Esteve prestes a ajudar o senhor africano, que parecia perdido por esta altura, a apanhar outro avião que descolaria passado muito pouco tempo, conclusão a que chegou depois da pequena conversa que tiveram numa mistura de três idiomas enquanto sobrevoavam Lisboa. Teria ficado bastante orgulhoso de si próprio se tal tivesse acontecido, contudo X não era muito socialmente voluntarioso a menos que fosse solicitado. Gostaria que algum dia, viesse ele próprio a precisar de ajuda, que o fizessem sem que ele tivesse necessidade de abordar alguém. Virou costas e seguiu.

domingo, outubro 15, 2006

Orgão mágico

Tenho andado a pensar...(ora aí está uma novidade!)
Fascino-me com o facto de tudo estar confinado a uma coisa tão pequena: o cérebro.
Pessoas, locais, sentimentos, sentidos, tudo o que conhecemos e sabemos, tudo!
Tudo.
Creio que nem sempre damos importância a isso.

sábado, outubro 14, 2006

A lack of color



And when i see you
I really see you upside down
But my brain knows better
It picks you up and turns you around
Turns you around, turns you around

If you feel discouraged
That there's a lack of color here
Please don't worry lover
It's really bursting at the seams
Absorbing everything
The spectrum's a to z

This is fact not fiction
For the first time in years
And all the girls in every girlie magazine
Can't make me feel any less alone
I'm reaching for the phone

To call at 7:03 and on your machine
I slur a plea for you to come home
But i know it's too late
I should have given you a reason to stay
Given you a reason to stay [x3]

This is fact not fiction
For the first time in years


O video não é oficial mas foi o único que encontrei com a música. Nem está mau! Tive de o por. Das minhas "paixões" mais recentes: Death Cab for Cutie. A enorme qualidade das letras associada à enorme qualidade das melodias. Não há muito mais a dizer.

segunda-feira, setembro 18, 2006

You only live once

No seguimento do post anterior:

Some people think they're always right
Others are quiet and uptight
Others they seem so very nice nice nice nice (oh-ho)
Inside they might feel sad and wrong (oh no)
Twenty-nine different attributes
Only seven that you like
Twenty ways to see the world (oh-ho)
Twenty ways to start a fight (oh-ho)
Oh don't don't don't get out
I can't see the sunshine
I'll be waiting for you, baby
Cause I'm through
Sit me down
Shut me up
I'll calm down
And I'll get along with you
Oh Men don't notice what they got
Women think of that a lot
One thousand ways to please your man (oh-ho)
Not even one requires a plan (I know)
And countless odd religions, too
It doesn't matter which to choose (oh no)
One stubborn way to turn your back (oh-ho)
This I've tried, and now refuse (oh-ho)
Oh don't don't don't get out
I can't see the sunshine
I'll be waiting for you, baby
Cause I'm through
Sit me down
Shut me up
I'll calm down
And I'll get along with you
Alright
Shut me up
Shut me up
And I'll get along with you

The Strokes - You Only Live Once

segunda-feira, setembro 11, 2006

A Vida Pré-Adulta (ou a Pós-Adolescência)

Qual psicólogo...
Pois é, fase bem complicada esta...
Falo por mim e por todos aqueles que vejo ao meu redor que "padecem" desta mesma condição.
Mudanças quase radicais e irreversíveis (ou nem tanto assim), amigos que deixamos de ver ou que deixam de o ser e em quem deixamos de confiar, planos mal-definidos ou a insistência em não os querer definir e não planear. Medo. Do que foi e não volta, daquilo que virá e daquilo que possa nem sequer aparecer. O sonho torna-se mais inacessível mas nunca deixou de o ser, um sonho.
Às vezes custa viver. Custa mais não o fazer. Acabo com um conselho para "nós":
Deixem-se de merdas! Vivam!

terça-feira, julho 25, 2006

Humanos&Dependentes

O ser humano, qual animal, consegue sobreviver sozinho. Independente.
Dito isto seria de todo esperado, digo mais: óbvio, falar de como é estar só num momento como este. Nao se trata disso (apenas)... E nao vejo (apenas) o lado mau da coisa: por mais díficil que possa parecer, existe sempre o outro lado. O bom. Acredito no equilíbrio. No meu, pelo menos, e é este que nao me deixa cair nas tentacoes da loucura.
Sao as relacoes humanas que criamos, inevitavelmente, que tornam o ser humano-dependente. Ainda bem na minha sincera opiniao.

(Peco desculpa pelos erros ortograficos mas os teclados alemaes (nao) têm destas coisas...Aqui vai uma letra de uma musica em ingles para nao haver mais problemas...tinha saudades disto)

Riding on this know-how
Never been here before
Peculiarly entrusted
Possibly that's all
Is history recorded?
Does someone have a tape?
Surely, I'm no pioneer
Constellations stay the same
Just a little bit of danger
When intriguingly
Our little secret
Trusts that you trust me
'Cause no one will ever know
That this was happening
So tell me why you listen
When nobody's talking
What is there to know?
All this is what it is
You and me alone
Sheer simplicity
What is there to know?
All this is what it is
You and me alone
Sheer simplicity
What is there to know?
All this is what it is
You and me alone
Sheer simplicity

"Know-how" - Kings of Convenience feat. Feist

domingo, março 26, 2006

Tempos de Mudança...?

Entristece-me o facto de não conseguir esforçar-me e batalhar por algumas coisas que certamente gostaria de alcançar. Tudo me parece tão incrivelmente acessível como distante...No entanto, o espírito de sacrifício não mora por estes lados e o desprezo pelas coisas fala alto, demasiado por vezes: ensurdece. É tudo tão fácil, tão oferecido...! Perdoem-me a (falsa) imodéstia. Reconheço tudo isto mas mudar...? Para quê?!